Gostava de ti como és, essa arrogância escondida, esse andar quase cambaleante de pés para dentro , a estranheza,a dureza e tudo. Eu, desbocada e paranóica, que gargalho demasiado alto, que preferia refugiar-me em teatros perigosos e fugir ao teu whisky-cola, gostava de ti como és. Eu, a camisola que não diz com a saia, a puta da mania da racionalização e de verbalizar tudo o que sente, os incontáveis anéis nos dedos e os caracóis que te turvavam a vista quando mergulhavas no meu ombro.Eu, que quase não corto o cabelo e roo as unhas até ao sabugo pelos nervos de te encontrar, que me sento dobrada para a frente, sobre os joelhos, geralmente descalça pelo chão. Que me dobrava sobre ti e te fazia rir e corar de vergonha, para depois te encher de demasiados beijos até me chamares "chata" e me empurrares com mais força do que a que o momento pedia. Gostava de ti como és, misteriosa e sádica, mais fria e distante, mas sensível ao meu toque de menina carente. Tu, a que se perdia por caminhos que eu não sabia percorrer mas que, a todo o custo, palmilhei á tua procura. Tu, a que fazia asneiras e pedia desculpa meio a sério meio a brincar, entre vozes anasaladas e carinhosas e pedidos de desculpa. Eu, a que chegou cheia de sonhos na algibeira e os perdeu pelo caminho, acabando com um peito duro como pedra, onde não dá prazer deitar a testa.
domingo, 5 de outubro de 2008
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2 comentários:
Quando nos conhecemos já é BemBom. *
Merda. Faltou a vírgula. Sabes onde.
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