O golpe no peito, de punhal em riste, deu-se devagar e subtilmente. Forte o suficiente para sangrar o Coração e destruir a aorta, incapacitando-me para a vida. O toráx rasgou-se como se já tivesse sido dilacerado previamente, pela tua falta de atenção e entendimento. Pelos silêncios, no elevador que dizimou os sonhos ingénuos de intimidade que a minha alma criou, como se lhe faltasse energia. Pelas batalhas e guerras travadas em nome da alegria póstuma, que nunca veio. Pelas idas e voltas do nada para o nada, de olhos postos no tecto de um transporte velho e bolorento, sem qualquer sorriso teu guardado no bolso. Pelas lágrimas ao colo de uma mãe Maria, progenitora de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres. Também meu e também teu. Eventualmente Criador do lugar vazio na plateia que é a minha vida, cujo espaço tentei desesperadamente preencher. Eventualmente perpetrador do crime que teve lugar na minha pele, no orgão maestro deste frágil organismo, nas mãos roídas pela ansiedade , estimuladas pela saliva da saudade, amputadas pela ausência do teu toque.
Pela dor de te ter reservado este pedaço de chão, como catedral do que sinto , e saber que não voltas.
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
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3 comentários:
bonita prosa!!
obrigada pela visita!Fiquei contente!!E, porque acho que escreve muito bem, seguirei mais esta página!!
;)
chuács em dose reforçada!!
;)
só quem possui músculo cardiaco pode algum dia sentir tais dores!!
Que as experiências sejam inspirações de belos poemas!
;)
Nunca vi ninguém com tanta musica e filmes preferidos!!!!
Welcome to the jungle!
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